quarta-feira, 31 de julho de 2019

Resenhar livros de popularização da ciência e divulgação científica

Enfim.
Meu interesse por livros vem de muito tempo. Apesar de ter começado a ler muito tarde (lembro como se fosse hoje o momento exato que "aprendi a ler", quando as palavras soltas começaram a fazer sentido, quando ordenadas do modo correto). Desde então nunca mais parei.

Comecei com gibis, da Marvel e da Turma da Mônica (Stan Lee e Maurício de Sousa, obrigado!). Daí fui evoluindo para livros mais juvenis e... enciclopédias! É estranho, eu sei. Mas eu ficava fascinado com as ilustrações que coloriam as páginas dos grossos volumes das Barsa e Conhecer. Não tinha nenhuma delas. Eu precisava ir na escola para folhear. E fazia isso com prazer.

Entrei na faculdade, e me deparei com mais leituras. Muita coisa obrigatória para as disciplinas do curso, mas nunca deixava de passar os olhos em textos que julgava interessantes. Foi aí que conheci pela primeira vez livros de popularização de ciência.

Mas o divisor de águas veio na pós-graduação. Todo mundo já recebeu conselhos a sua vida inteira, e eu não era diferente. Mas no meu mestrado, eu recebi um que realmente me mudou. Aqueles conselhos que, se fossem dados há dez anos atrás, você teria aproveitado mais. Pois bem. Esse conselho foi dado em sala de aula. O professor Reginaldo Barros, do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, começa sua aula assim: "Leiam! Leiam compulsivamente".

Eu já gostava de ler, mas aquelas palavras me atingiram em cheio. Eu já lia, mas não "compulsivamente". Depois eu entendi.Quanto mais você lê, mais fácil fica a leitura, mais coisas você retém e sua habilidade argumentativa aumenta exponencialmente. Notei também que, quanto mais eu lia, menos besteiras eu falava. Era isso que ele queria dizer. Ler transforma e instrui. Monteiro Lobato já falava que uma nação é composta por homens e livros. Se era para ler, vamos lá.

Me deparei com obras excelentes, agradáveis, criativas, e também com besteiras gigantescas, discursos vazios (ler também lhe acostuma a entender o ponto de vista de outras pessoas, discordar, mas permanecer paciente e continuar lendo), e escritores excelentes, com uma escrita fácil e suave, agradável à leitura, com a profundidade de uma poça de água. Gente muito boa escrevendo sobre coisas terríveis, e discursos altamente bem estruturados e sedutores, vendendo ideias perigosas e erradas. À medida que lia, ficava mais fácil separar joio e trigo.

Agora, depois de algumas dezenas de obras, encontrei meu nicho. A leitura de livros de popularização científica, ou livros que ajudem a entender como o mundo funciona. Sem nenhum chavão de auto-ajuda, ou coisa parecida. Livros escritos por cientistas ou jornalistas acostumados com assuntos científicos. Eis meu terreno. Eis meu campo de batalha. Agora que li muitos, e novos tem aparecido (vivemos num momento particularmente delicado, onde muita gente acha que opiniões pessoais e dados científicos tem o mesmo valor), fico cada vez mais inclinado a procurar novas literaturas sobre o tema.

Eu pesquiso e folheio livros antes de efetivar uma compra (exceto presentes). Mas mesmo assim, eu tenho dificuldade de encontra uma resenha crítica sobre a obra, que não seja claramente vantajosa ao autor. Muitos nomes famosos emprestados para valorizar, às vezes com uma pequena frase, uma obrar recém publicada. Eu agora quero fornecer essas resenhas. Se eu achei difícil encontrar, pelo menos que eu possa ajudar os outros a se decidirem.

Vamos ver se dá certo.

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